Cannabis e Medicina “Do primeiro Milênio à Chegada no Brasil“

ÁFRICA

A cannabis é conhecida na África pelo menos desde o século 15, e seu uso foi, possivelmente, introduzido por comerciantes árabes, de alguma forma conectado à Índia. Isso é evidenciado pela similaridade dos termos usados ​​para preparar a planta na África e na Índia. Na África, a planta era usada para picada de cobra, para facilitar o parto, malária, febre, envenenamento do sangue, asma e disenteria.

AMÉRICAS

Nas Américas, o uso de cannabis provavelmente começou na América do Sul. No século 16, as sementes da planta chegaram ao Brasil; trazidos por escravos africanos, especialmente os angolanos, e seu uso era consideravelmente comum entre os negros na área rural do nordeste. A maioria dos sinônimos de cannabis no Brasil (maconha, diamba, liamba e outros) tem sua origem na língua angolana. Há relatos de uso de maconha nos rituais religiosos populares da região, especialmente o ‘Catimbó’, que inclui culto às divindades africanas e pressupõe o valor da planta para a prática mágica e o tratamento de doenças. No ambiente rural, há relatos de uso de maconha para dor de dente e cólicas menstruais.

ARÁBIA

Nesse período, o uso medicinal de maconha permaneceu muito intenso na Índia e depois se espalhou para o Oriente Médio e África. Na Arábia, médicos conhecidos mencionaram cannabis em seus compêndios médicos, como Avicena, no ano 1000 Dc. Os textos muçulmanos mencionam o uso de cannabis como um diurético, digestivo, anti-flatulento, ‘para limpar o cérebro’ e acalmar dor nos ouvidos. Em 1464, Ibn al-Badri relatou que o filho epilético do camareiro foi tratado com a resina da planta e afirmou: ela (a cannabis) o curou completamente.

EUROPA

Na Europa, durante esse período, a cannabis era cultivada exclusivamente para fibras. Os muçulmanos introduziram a fabricação de papel a partir de cannabis, em 1150, primeiro na Espanha e depois na Itália. As descrições de cannabis são encontradas em muitos livros sobre plantas neste período, que afirmam claramente, desde meados do século 11, a distinção entre plantas masculinas e femininas. Os europeus podem saber sobre o uso medicinal da planta no Oriente Médio e na África, mas confundiram com ópio.


“A história é uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo. Ela investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram enquanto seres sociais. O desenvolvimento do raciocínio histórico pode auxiliar na busca por orientações diante das carências do tempo presente.”

 

 

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